Lei da selva <br>na produção leiteira
O sistema das quotas leiteiras – a distribuição, entre os estados-membro da União Europeia (UE) e entre produtores, das quantidades de leite a produzir para comercialização – chegou ao fim por decisão da UE.
Para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), esta medida «vem complicar ainda mais a já difícil situação da grande maioria dos cerca de seis mil produtores nacionais de leite, complica a situação da transformação e comercialização de lacticínios por parte da indústria nacional e compromete a soberania alimentar do nosso País».
«Até hoje, Portugal dispunha de uma quota leiteira ligeiramente superior a dois milhões de toneladas/ano, embora já estivéssemos a produzir (mais de 200 mil toneladas) abaixo dessa quantidade, também em resultado das más políticas agrícolas e de mercados que têm eliminado os pequenos e médios produtores», refere, em comunicado, a Confederação, para quem as quotas leiteiras, não sendo um sistema perfeito, garantiam a cada estado-membro e, depois, a cada produtor, «uma quantidade de produção leiteira para comercialização», ou seja, «estabelecia uma espécie de garantia em termos dos direitos a produzir/comercializar abrangidos pelo sistema das ajudas da Política Agrícola Comum (PAC)».
Agora, critica a CNA, os países exportadores de leite (a baixos preços) e o grande agro-negócio «ficam à vontade para intensificarem/aumentarem a respectiva produção/comercialização e exportarem cada vez mais – designadamente para Portugal, o que ameaça a continuidade da grande parte da produção nacional de leite e de lacticínios.